segunda-feira, 19 de setembro de 2011

EIXO 2. Direito ao Território

Nada mais jovem do que a vontade de sair por aí, ganhar o mundo, descobrir novos espaços ou decidir qual é o seu lugar. Nessa relação com o território, a juventude se depara com questões como o desafio da mobilidade urbana, a realidade das zonas rurais, a proteção do meio ambiente e a interação com as culturas locais. O território, além de espaço físico, configura-se então como lugar social, com suas próprias características e desafios.

O espaço público das cidades é um centro de sociabilidade que, fora dos limites da casa e da escola, permite à juventude exercitar o seu protagonismo. Circular e conviver na cidade qualifica a relação dos jovens com outros jovens, outras linguagens, os coloca em contato com manifestações políticas e culturais que qualificam sentidos e vínculos. No entanto, esse ambiente que deveria ser convidativo e acolhedor da juventude, para muitos é precário e inacessível, reforçando zonas de exclusão, violência e de pouco atendimento do Estado.


As cidades devem possibilitar o acesso dos jovens à educação, ao trabalho, ao transporte público, à cultura e ao lazer de forma descentralizada, criando novas rotas e possibilidades que tornem o espaço urbano dos jovens realmente democrático, saudável e diverso. As políticas públicas de habitação também devem incorporar as demandas dos jovens em sua formulação.

Em algumas situações, o espaço rural não apresenta atrativos ou condições para a permanência dos jovens. Ali eles enfrentam dificuldades acentuadas como taxas elevadas de analfabetismo (três vezes maior que a das cidades) e rendimento médio do trabalho bem menor que o dos jovens das áreas urbanas. Nessas situações, a migração para as cidades não se apresenta como simples escolha, mas como necessidade frente à falta de oportunidades e dificuldades de sobrevivência pessoal e familiar.


Muito antes da juventude que está aí, das brasileiras e brasileiros que são hoje a maioria no território nacional, outros grupos já se organizavam e conviviam com suas próprias práticas, valores e saberes. Naturalmente, os representantes desses povos e comunidades tradicionais precisam ser valorizados, protegidos e convidados a trazer o seu conhecimento para o país.


Considerando que a juventude é o espaço da diversidade, do encontro de grupos, tribos, estilos, jeitos diferentes de se mostrar e de lidar com o mundo, os jovens dos povos e comunidades tradicionais têm muito a acrescentar. Esses grupos se organizam de forma distinta, usam o território e os recursos naturais para manter a sua cultura, tanto no que diz respeito à organização social quanto à religião, à economia e à ancestralidade.


Sub-eixos:


A) Juventude e a Cidade;
B) Juventude Rural;
C) Juventude e o Transporte Público;
D) Juventude e o Meio Ambiente;
E) Juventude e os Povos Tradicionais.